Logo do Australian Open

O que é o Australian Open?

Você já ouviu falar do Australian Open mas não sabe direito o que é? Calma, você não está sozinho nessa. Muita gente fica perdida quando o assunto é tênis, especialmente com todos aqueles termos técnicos e nomes complicados. Mas relaxa, que aqui no ABC do Esporte vamos te explicar tudo sobre o Australian Open de um jeito bem simples.

O Australian Open é o primeiro dos quatro torneios mais importantes do tênis mundial – os famosos Grand Slams. É como se fosse a “abertura da temporada” do tênis profissional, acontecendo sempre no começo do ano. Pense nele como o Brasileirão do tênis, só que mundial e bem mais glamuroso.

Neste texto, você vai descobrir:

  • O que realmente é o Australian Open e por que ele é tão importante
  • Como funciona o torneio e quem pode participar
  • Os brasileiros que brilharam por lá, incluindo João Fonseca no Australian Open e Bia Haddad no Australian Open
  • Curiosidades para você arrasar na conversa com os amigos

O que é o Australian Open?

O Australian Open é um dos quatro torneios de Grand Slam do tênis mundial. Mas o que diabos é um Grand Slam? Calma, vamos por partes.

Imagine que o tênis fosse uma empresa e tivesse quatro filiais principais espalhadas pelo mundo. Essas quatro “filiais” seriam os Grand Slams: Australian Open (Austrália), Roland Garros (França), Wimbledon (Inglaterra) e US Open (Estados Unidos). São os torneios mais prestigiados, que todo tenista sonha em vencer.

O Australian Open acontece todo ano em Melbourne, geralmente entre meados de janeiro e início de fevereiro. É o primeiro Grand Slam do calendário, meio que dando o pontapé inicial na temporada do tênis profissional.

O torneio existe desde 1905, ou seja, tem mais de 100 anos de história. Começou bem modesto, só para os australianos mesmo, mas hoje é um dos eventos esportivos mais assistidos no mundo. É como se fosse aquele bar do bairro que virou o restaurante mais famoso da cidade.

Arena onde é jogando o Australian Open
By Steve Collis from Melbourne, Australia – Centre Court at duskUploaded by Flickrworker, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=28553036

Como funciona o torneio?

O Australian Open funciona no sistema de eliminação simples – perdeu, tchau. É como um mata-mata no futebol, só que individual. O torneio tem várias categorias: masculino, feminino, duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas.

Na categoria principal (individual), começam 128 jogadores e 128 jogadoras. A cada rodada, metade vai embora para casa. Primeira rodada: 64 sobram. Segunda rodada: 32 ficam. E assim por diante até sobrar apenas um campeão e uma campeã.

O torneio dura cerca de duas semanas. Os primeiros dias são meio corridos, com vários jogos acontecendo ao mesmo tempo. Conforme o torneio vai avançando, sobram menos jogadores e os jogos ficam mais espaçados e com mais holofotes.

Uma coisa legal é que o Australian Open não para por causa de chuva. Diferente de outros torneios, as quadras principais têm teto retrátil. É como ter um guarda-chuva gigante que abre quando precisa.

Quem pode disputar o Australian Open?

Para jogar o Australian Open, você precisa estar no ranking mundial dos melhores tenistas. É como uma lista dos jogadores mais fodas do mundo, atualizada toda semana.

Os 104 melhores do mundo entram automaticamente no torneio principal. Outros 16 lugares são preenchidos pelo “qualifying” – uma espécie de peneira prévia que rola uma semana antes. Os últimos 8 lugares ficam com os “wildcards” – convites especiais que os organizadores dão para jogadores locais ou que estão voltando de lesão. É tipo aquele amigo que consegue uma entrada VIP para a festa.

Os brasileiros sempre marcam presença por lá. Nos últimos anos, tivemos nomes como João Fonseca no Australian Open representando o país no masculino, e Bia Haddad no Australian Open como nossa principal esperança no feminino.

O piso da quadra: por que isso importa?

No Australian Open, as quadras são de piso duro (hard court). Mas não pense em concreto, não. É uma superfície sintética que fica entre a rapidez da grama e a lentidão do saibro.

Para entender melhor, imagine três tipos de piso de uma casa: o piso duro seria como um porcelanato liso, onde a bola quica de forma média. O saibro (terra batida) seria como um tapete fofinho, onde a bola quica mais devagar. Já a grama seria como um piso encerado, onde a bola desliza rapidinho.

O piso do Australian Open favorece jogadores mais agressivos, que gostam de atacar. A bola quica numa velocidade boa, nem muito rápida nem muito lenta. Por isso, jogadores que batem forte costumam se dar bem por lá.

A cor das quadras também mudou ao longo dos anos. Antigualmente eram verdes, depois azuis, e hoje são azuis com detalhes em outras cores. É mais uma questão de televisão mesmo – algumas cores aparecem melhor nas câmeras.

Onde acontece o Australian Open?

O torneio rola no Melbourne Park, um complexo esportivo gigantesco na cidade de Melbourne. É como se fosse um shopping center só de quadras de tênis, com direito a praça de alimentação, lojas e tudo mais.

Melbourne fica no sudeste da Austrália e é considerada uma das cidades mais legais do mundo para se viver. Tem uma vibe meio europeia, com muito café bom e arte de rua. Durante o torneio, a cidade inteira vira uma festa do tênis.

O estádio principal se chama Rod Laver Arena e tem capacidade para quase 15 mil pessoas. É nomeado em homenagem ao Rod Laver, um dos maiores tenistas australianos de todos os tempos. Tem também a Margaret Court Arena e mais outras quadras menores.

Uma curiosidade: Melbourne fica no hemisfério sul, então quando é verão por aqui (janeiro/fevereiro), lá é verão também. Só que bem mais quente! As temperaturas podem passar dos 40 graus, e os jogadores sofrem bastante com o calor.

Nomes históricos do Australian Open

Vamos falar dos craques que marcaram história no Australian Open. No masculino, o cara que mais ganhou foi Novak Djokovic, da Sérvia, com 10 títulos. É como se ele fosse o dono do torneio. O Rafael Nadal, da Espanha, ganhou duas vezes, e Roger Federer, da Suíça, conquistou seis títulos.

Mas antes dessa turma chegar, outros nomes brilharam por lá. Roy Emerson, australiano, ganhou seis vezes nos anos 60. Rod Laver, que dá nome ao estádio principal, conquistou três títulos. André Agassi, americano carismático, faturou quatro vezes.

No feminino, Serena Williams, dos Estados Unidos, dominou com sete títulos. Steffi Graf, da Alemanha, ganhou quatro vezes. Margaret Court, australiana que também dá nome a um estádio, conquistou impressionantes 11 títulos, embora parte deles tenha sido antes de 1968, quando o torneio ainda não estava aberto para todos os profissionais.

Mais recentemente, tivemos Naomi Osaka, do Japão, ganhando duas vezes, e outras tenistas como Simona Halep e Sofia Kenin também levantaram o troféu.

Brasileiros que brilharam no Australian Open

O Brasil tem uma história interessante no Australian Open, mesmo não sendo uma potência mundial no tênis. Vamos aos destaques:

No masculino, Gustavo Kuerten, o Guga, chegou às quartas de final em 2000 e 2001. Para quem não sabe, o Guga foi número 1 do mundo e ganhou três Roland Garros. Thomaz Bellucci também fez bonito, chegando às oitavas algumas vezes.

Mais recentemente, João Fonseca no Australian Open tem chamado atenção. O jovem carioca de 18 anos tem mostrado muito potencial e representa a nova geração do tênis brasileiro masculino.

No feminino, nossa principal representante tem sido Bia Haddad no Australian Open. A paulista conseguiu resultados importantes e chegou a figurar entre as 15 melhores do mundo. Ela é nossa maior esperança no tênis feminino brasileiro atualmente.

Bruno Soares também merece destaque especial: o mineiro conquistou as duplas masculinas em 2016 e também foi campeão de duplas mistas no Australian Open, mostrando que o Brasil pode brigar pelos títulos nas categorias de duplas.

Maria Esther Bueno, lá nos anos 60, também teve bons resultados por lá. Ela foi finalista em simples em 1965 e campeã de duplas em 1960. Maria Esther foi uma das maiores tenistas da história do Brasil, conquistando impressionantes sete títulos de Grand Slam em simples: três Wimbledons (1959, 1960, 1964) e quatro US Opens (1959, 1963, 1964, 1966), além de vários títulos em duplas espalhados pelos quatro Grand Slams.

Como é o formato das partidas?

No Australian Open, os homens jogam melhor de cinco sets, e as mulheres melhor de três sets. Mas o que é um set? É como se fosse um tempo no futebol, só que no tênis não tem tempo definido.

Para ganhar um set, você precisa ganhar pelo menos seis games e ter dois de vantagem sobre o adversário. Se empatar 6 a 6, rola um tie-break – uma espécie de pênalti do tênis, onde quem faz 7 pontos primeiro (com dois de vantagem) leva o set.

Um game é composto por pontos, que têm uma contagem estranha: 15, 30, 40 e game. É uma tradição antiga do tênis que meio que pegou. Quando empata 40 a 40, chama “deuce”, e aí precisa abrir dois pontos de vantagem para ganhar o game.

No quinto set masculino (ou terceiro feminino), se empatar 6 a 6, rola um “match tie-break” especial até 10 pontos (ao invés dos 7 do tie-break normal), sempre com dois de vantagem. Essa regra mudou em 2022 para evitar aqueles jogos intermináveis de mais de 5 horas.

A premiação e os pontos

Ganhar o Australian Open não é só uma questão de prestígio. O campeão leva uma bolada de dinheiro – estamos falando de mais de 2 milhões de dólares para quem ganha em simples.

Além da grana, o vencedor ganha 2000 pontos no ranking mundial. É como se fosse a nota máxima numa prova muito importante. Esses pontos fazem toda diferença na classificação mundial dos tenistas.

Mesmo quem perde na primeira rodada não sai de mãos vazias. Recebe uns 80 mil dólares e alguns pontos para o ranking. É como um prêmio de consolação, só que bem generoso.

O troféu em si é bem bonito: uma taça dourada com detalhes que remetem à cultura australiana. Os vencedores costumam fazer aquela foto clássica beijando o troféu, tradição que nunca sai de moda.

Curiosidades para arrasar na mesa do bar

Agora vem a parte boa: as curiosidades que vão fazer você brilhar na conversa com os amigos.

Primeira curiosidade: o Australian Open já teve até cobra na quadra. Em 2018, uma cobra venenosa apareceu durante um jogo e o árbitro teve que parar a partida até os especialistas removerem o bicho. Só na Austrália mesmo!

Segunda: o torneio já mudou de cidade várias vezes. Começou em Melbourne, foi para Sydney, depois voltou para Melbourne. É como se o Brasileirão mudasse de cidade-sede todo ano.

Terceira curiosidade: o Australian Open tem a política de calor extremo mais rigorosa entre os Grand Slams. Existe um “Extreme Heat Policy” que não depende só da temperatura, mas também da umidade e outros fatores. Se a temperatura passar de 40 graus ou o índice de calor ficar muito perigoso, eles podem fechar o teto das quadras principais, suspender os jogos nas quadras menores ou até adiar partidas inteiras. Já teve ano com jogadores desmaiando e até derretendo sola de tênis no chão!

Quarta: Rod Laver, que dá nome ao estádio principal, é o único tenista da história a ganhar o Grand Slam (os quatro torneios principais no mesmo ano) duas vezes. Fez isso em 1962 e 1969.

Última curiosidade: o Australian Open foi o primeiro Grand Slam a ter tie-break no último set e também o primeiro a usar o “shot clock” – um cronômetro para controlar o tempo entre os pontos.

Conclusão

O Australian Open é muito mais que um simples torneio de tênis. É o pontapé inicial da temporada, onde sonhos começam e carreiras podem mudar completamente em duas semanas. Para nós brasileiros, é sempre uma oportunidade de torcer pelos nossos representantes e quem sabe ver surgir um novo ídolo nacional.

Agora você já sabe o básico sobre o primeiro Grand Slam do ano. Da próxima vez que estiver vendo o torneio na TV ou conversando com os amigos sobre tênis, vai poder participar da conversa sem medo de falar besteira. E lembra: o esporte é para todos, não precisa ser expert para curtir e se divertir.


Glossário

  • Grand Slam: Os quatro torneios mais importantes do tênis mundial (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open)
  • Set: Uma das partes de uma partida de tênis. Homens jogam melhor de 5 sets, mulheres melhor de 3
  • Game: Menor unidade de pontuação dentro de um set. Para ganhar um set, precisa ganhar pelo menos 6 games
  • Tie-break: Desempate quando o set está 6 a 6. Quem faz 7 pontos primeiro (com 2 de vantagem) ganha
  • Deuce: Empate 40 a 40 em um game. Precisa abrir 2 pontos de vantagem para ganhar
  • Advantage (vantagem): Quando um jogador faz um ponto depois do deuce, fica com “advantage”. Se fizer o próximo ponto, ganha o game
  • Hard court: Piso sintético usado no Australian Open, com velocidade média entre grama e saibro
  • Wildcard: Convite especial dado pelos organizadores para participar do torneio
  • Qualifying: Torneio classificatório que acontece uma semana antes para definir as últimas vagas

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