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A Confederação Brasileira de Futebol analisa a possibilidade de criar uma nova competição nacional, que daria mais oportunidades para clubes menores disputarem torneios durante o ano todo, não apenas os estaduais.
Samir Xaud – Foto: CBF/Divulgação
O futebol brasileiro pode estar prestes a ganhar uma nova cara. A ideia de criar o Brasileirão Série E, uma quinta divisão nacional, voltou aos holofotes com a mudança na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O novo mandatário, Samir Xaud, prometeu dar ouvidos aos clubes que já demonstraram interesse nesta proposta revolucionária.
A criação de mais uma divisão nacional representa muito mais do que apenas aumentar o número de competições. Trata-se de uma oportunidade única para que dezenas de clubes espalhados pelo Brasil tenham a chance de disputar torneios durante o ano inteiro, em vez de ficarem limitados apenas aos campeonatos estaduais.
Nesta notícia você lerá:
O que mudou na CBF?
A diferença está na nova gestão. Enquanto o ex-presidente Ednaldo Rodrigues se mostrava resistente à ideia, chegando mesmo a recusar formalmente a proposta em novembro de 2024, Samir Xaud adota uma postura mais receptiva. Esta mudança de posicionamento criou um “ambiente institucional mais favorável” para que a discussão avance, segundo os próprios interessados.
A recusa anterior foi categórica. Ednaldo Rodrigues justificou sua decisão afirmando que “não há fontes alternativas e nem as atuais são capazes de suportar a ampliação do número de clubes brasileiros no cenário nacional”. Para ele, não era possível, pelo menos naquele momento, acolher a criação da Série E.
Quem está por trás da proposta?
O movimento pela criação do Brasileirão Série E tem nomes e rostos definidos, conforme apurações do portal CNN Esportes. O presidente do ASA, clube de Alagoas, Rogério Siqueira, lidera esta articulação junto com outros dirigentes de equipes que disputam atualmente a Série D.
Para Siqueira, o momento é propício para que a proposta finalmente saia do papel. “Temas relevantes como a possível criação da Série E do Campeonato Brasileiro, que já vêm sendo debatida desde o ano passado, encontram agora um ambiente institucional mais favorável para evoluir”, explicou o dirigente.
A estratégia dos clubes interessados é clara: demonstrar que uma gestão que reconhece a importância das divisões de acesso pode ser decisiva para fortalecer definitivamente o alicerce do futebol nacional. É uma argumentação que faz sentido, especialmente quando consideramos que muitos talentos surgem justamente nessas divisões menores.
Como funcionaria o Brasileirão Série E?
A proposta não prevê simplesmente adicionar mais uma divisão ao futebol brasileiro. O plano é mais ambicioso e envolve uma reformulação completa da atual Série D. Atualmente, esta quarta divisão conta com 64 clubes participantes, um número considerado excessivo por muitos especialistas.
A ideia central é reduzir drasticamente o número de equipes na Série D, que passaria de 64 para apenas 20 clubes. Essa redução permitiria criar o Brasileirão Série E, que ficaria com o maior número de participantes entre todas as divisões.
Esta reorganização teria um impacto direto na vida dos clubes menores. Em vez de disputarem apenas os campeonatos estaduais – que muitas vezes têm duração limitada e pouca visibilidade – essas equipes teriam a oportunidade de participar de uma competição nacional com calendário anual.
O cronograma da mudança
Se aprovada, a implementação não seria imediata. O planejamento prevê que as mudanças começariam a ser implementadas a partir de 2025, mas a nova estrutura só entraria em funcionamento efetivo em 2027.
Este prazo mais longo não é casual. Mudanças desta magnitude no futebol brasileiro exigem planejamento cuidadoso, especialmente quando envolvem questões como calendário, logística e aspectos financeiros.
Os obstáculos no caminho
Apesar do otimismo, existem desafios significativos que podem impedir a criação da quinta divisão. O principal deles é o já complicado calendário do futebol brasileiro.
O problema do calendário
O calendário brasileiro é notoriamente apertado. Entre campeonatos estaduais, competições nacionais, copas e compromissos internacionais, sobram poucas datas livres durante o ano. Mesmo com os esforços recentes para reduzir a duração dos campeonatos estaduais, o espaço para mais uma competição nacional continua sendo um grande desafio.
Para que o Brasileirão Série E se torne realidade, será necessário encontrar uma solução criativa para encaixar mais uma competição no calendário já saturado. Isso pode envolver mudanças ainda mais profundas na estrutura atual do futebol brasileiro.
A questão financeira
Além do calendário, existe a preocupação com os custos de uma nova competição. Organizar um campeonato nacional envolve gastos significativos com arbitragem, logística, transmissões e infraestrutura administrativa.
Samir Xaud, mesmo demonstrando abertura para inovar, sabe que precisa ser cauteloso ao tomar decisões desta magnitude. A CBF precisa garantir que uma eventual Série E seja financeiramente sustentável, tanto para a própria entidade quanto para os clubes participantes.
Por que isso importa?
A criação do Brasileirão Série E representa muito mais do que apenas mais uma competição. Trata-se de democratizar o acesso ao futebol profissional nacional e dar oportunidades para clubes que hoje ficam limitados aos torneios regionais.
Muitos talentos que brilham no futebol brasileiro começaram suas carreiras em clubes menores. Uma quinta divisão nacional poderia servir como uma vitrine ainda maior para esses jogadores, além de movimentar a economia local nas cidades onde esses clubes estão sediados.
Para os torcedores, significa mais futebol durante o ano e a possibilidade de acompanhar seus times em competições de maior visibilidade. Para os clubes, representa a chance de ter receitas mais consistentes e um calendário mais robusto.
O que vem por aí?
As próximas semanas e meses serão decisivos para o futuro desta proposta. A nova gestão da CBF prometeu ouvir os clubes interessados, e essas conversas devem acontecer em breve.
É importante acompanhar de perto como essas discussões evoluirão. A criação de uma quinta divisão nacional seria uma das maiores mudanças estruturais do futebol brasileiro nos últimos anos, com impactos que iriam muito além dos gramados.
O futebol brasileiro está sempre em evolução, e propostas como esta mostram que existe espaço para inovação e crescimento. Resta saber se os obstáculos práticos poderão ser superados e se o Brasileirão Série E sairá definitivamente do papel.
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