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Ilustração de equipamentos esportivos
Atleta da categoria Classic Physique. Imagem gerada por IA.

O que é a Classic Physique? A categoria que está mudando o fisiculturismo mundial

Se você já ouviu falar em fisiculturismo, provavelmente conhece aqueles atletas gigantescos que parecem ter saído de um filme de super-herói. Mas existe uma categoria que está ganhando cada vez mais destaque e que une o melhor do clássico com o moderno: a Classic Physique. Essa modalidade chegou para mostrar que é possível ter músculos impressionantes sem perder a elegância e as proporções ideais do corpo humano.

Neste texto, você vai descobrir tudo sobre essa categoria que está fazendo sucesso no mundo todo. Vamos explicar:

  • A história completa da Classic Physique e como ela surgiu no cenário mundial
  • As principais diferenças entre essa categoria e o fisiculturismo tradicional (Open Bodybuilding)
  • Os maiores campeões da modalidade, incluindo nomes como Chris Bumstead e Ramon Dino
  • Uma curiosidade incrível que vai te deixar por dentro do assunto na próxima conversa sobre esporte

A história da Classic Physique: voltando às origens do físico ideal

Atleta da categoria Classic Physique. Imagem gerada por IA.

A Classic Physique nasceu de uma necessidade real no mundo do fisiculturismo. Durante décadas, o esporte foi evoluindo para atletas cada vez maiores e mais volumosos. O problema é que muita gente começou a sentir falta daqueles corpos proporcionais e estéticos que marcaram a Golden Era do fisiculturismo nos anos 60 e 70.

Estamos falando de lendas como Arnold Schwarzenegger, Sergio Oliva, Frank Zane e Franco Columbu. Esses atletas tinham físicos impressionantes, mas mantinham proporções clássicas que pareciam esculturas gregas ganhando vida.

Foi então que, em 2016, a IFBB (Federação Internacional de Fisiculturismo) criou oficialmente a categoria Classic Physique. A ideia era simples: combinar o melhor dos dois mundos. Por um lado, manter a musculatura desenvolvida e impressionante do fisiculturismo moderno. Por outro, resgatar as proporções clássicas e a elegância desses grandes ícones da Golden Era.

A categoria estreou no palco mais importante do fisiculturismo mundial: o Mr. Olympia de 2016. Desde então, vem crescendo em popularidade e conquistando fãs no mundo inteiro. No Brasil, atletas como Ramon Dino colocaram o país no mapa mundial da modalidade.

Como funciona a Classic Physique: regras que fazem toda a diferença

A grande sacada da Classic Physique está nas suas regras específicas. Diferente do Open Bodybuilding, onde praticamente não existem limites de peso, aqui os atletas precisam respeitar uma tabela que relaciona altura e peso máximo permitido.

Limite de peso Classic Physique: a tabela oficial da IFBB

A IFBB Pro League criou uma tabela oficial rigorosa que relaciona altura e peso máximo permitido. Os limites são:

Altura (m)Peso máximo (kg)
Até 1,62 m80,3 kg
Até 1,65 m82,6 kg
Até 1,67 m84,8 kg
Até 1,70 m87,1 kg
Até 1,73 m89,4 kg
Até 1,75 m92,5 kg
Até 1,77 m96,2 kg
Até 1,80 m99,3 kg
Até 1,83 m103,0 kg
Até 1,85 m106,1 kg
Até 1,88 m109,8 kg
Até 1,90 m112,9 kg
Até 1,93 m116,1 kg
Até 1,95 m119,7 kg
Até 1,98 m122,5 kg
Até 2,00 m125,6 kg
Até 2,03 m127,9 kg
Acima de 2,03 m128,8 kg

Esta tabela garante que todos os atletas mantenham proporções harmoniosas, independente da altura. É uma regra que muda completamente a estratégia: não adianta apenas ganhar massa muscular, é preciso trabalhar qualidade, definição e simetria.

As poses da Classic Physique: elegância em movimento

As poses obrigatórias da Classic Physique foram cuidadosamente escolhidas para destacar a estética e as proporções. São cinco poses obrigatórias mais o quarto de volta:

  1. Duplo bíceps de frente – mostra o desenvolvimento dos braços e peitorais
  2. Peitoral melhor lado – destaca a linha lateral e a cintura
  3. Duplo bíceps de costas – revela o desenvolvimento das costas e braços
  4. Abdominais e coxas – evidencia o condicionamento e definição
  5. Pose clássica favorita – onde o atleta escolhe sua melhor apresentação

Também é obrigatório o quarto de volta, onde os atletas fazem uma rotação completa para mostrar todas as angulações do físico. Uma diferença importante: a Classic Physique não utiliza a pose “mais musculoso”, que é comum no Open Bodybuilding.

O visual da Classic Physique: detalhes que fazem a diferença

Um detalhe que chama atenção de quem assiste pela primeira vez é a sunga Classic Physique. Por regra da IFBB, todos os atletas devem usar obrigatoriamente uma sunga preta e um pouco maior que a do fisiculturismo tradicional.

Esse detalhe não é apenas estético, faz parte da filosofia da categoria: resgatar a elegância do fisiculturismo clássico. A sunga preta maior ajuda a criar linhas mais harmoniosas no corpo e contribui para o visual geral da apresentação, lembrando os grandes nomes da Golden Era.

Chris Bumstead: o rei da Classic Physique

Quando se fala em Classic Physique, é impossível não mencionar Chris Bumstead, conhecido carinhosamente como Cbum. O atleta canadense dominou a categoria como poucos conseguiram fazer em qualquer modalidade do fisiculturismo.

Bumstead conquistou o título de Mr. Olympia Classic Physique por seis anos consecutivos, de 2019 a 2024. Sua combinação de tamanho, proporções, condicionamento e carisma transformou ele no grande embaixador da modalidade mundial.

O que torna Chris especial não é apenas seu físico impressionante, mas também sua personalidade. Ele soube usar as redes sociais para aproximar o fisiculturismo do público geral, mostrando que os atletas da modalidade são pessoas normais com uma dedicação extraordinária.

O legado de Cbum para a modalidade

Chris Bumstead não apenas venceu competições, ele mudou a percepção sobre o fisiculturismo. Muitas pessoas que nunca se interessaram pelo esporte começaram a acompanhar suas competições e treinos. Isso ajudou a categoria Classic Physique a ganhar visibilidade e respeito no cenário mundial.

Ramon Dino: o orgulho brasileiro na Classic Physique

Falando do Brasil, não podemos deixar de mencionar Ramon Dino, que colocou nosso país no topo mundial da modalidade. O atleta mineiro se tornou uma referência na Classic Physique brasileira e mundial.

Ramon conseguiu algo que poucos brasileiros haviam feito: chegar ao pódio do Mr. Olympia Classic Physique. Em 2023, ele ficou em segundo lugar, perdendo apenas para Chris Bumstead. Foi um momento histórico para o fisiculturismo brasileiro.

Qual é o limite de peso do Ramon Dino?

Uma pergunta comum entre os fãs é: qual é o limite de peso do Ramon Dino? Com pou mais de 1,80m de altura, Ramon se enquadra na faixa “até 182,9 cm”, o que significa que ele pode competir com no máximo 103,0 kg. Isso pode parecer pouco para quem está acostumado com os pesos do fisiculturismo tradicional, mas na Classic Physique, a qualidade supera a quantidade.

O trabalho de Ramon mostra exatamente o que a categoria representa: músculos de qualidade, definição impressionante e proporções perfeitas. Ele prova que é possível ter um físico impressionante sem exagerar no tamanho.

Lista dos campeões Mr. Olympia Classic Physique

Desde sua criação, a categoria teve poucos, mas marcantes campeões:

  • 2016: Danny Hester (EUA)
  • 2017: Breon Ansley (EUA)
  • 2018: Breon Ansley (EUA)
  • 2019: Chris Bumstead (Canadá)
  • 2020: Chris Bumstead (Canadá)
  • 2021: Chris Bumstead (Canadá)
  • 2022: Chris Bumstead (Canadá)
  • 2023: Chris Bumstead (Canadá)
  • 2024: Chris Bumstead (Canadá)

A lista mostra que após Danny Hester inaugurar a categoria, Breon Ansley dominou por dois anos antes de Chris Bumstead iniciar sua era dourada com seis títulos consecutivos.

Classic Physique vs Open Bodybuilding: qual é a diferença?

Diferenças entre um atleta Classic Physique e um atleta Open Bodybuilding. Imagem criada por IA

Uma dúvida comum é: qual a diferença entre Classic Physique e Open Bodybuilding? A resposta está nos objetivos de cada categoria.

Open Bodybuilding: o gigantismo extremo

No fisiculturismo tradicional (Open), o objetivo é ser o maior possível mantendo a definição. Não existem limites de peso, então os atletas podem chegar a 120, 130 kg ou mais. O foco está no volume muscular extremo. Além disso, os atletas podem escolher a cor da sunga que preferirem e executam mais poses obrigatórias, incluindo tríceps de lado, expansão de dorsais e o famoso “mais musculoso”.

Classic Physique: proporção e estética

Já na Classic Physique, o limite de peso força os atletas a priorizarem a qualidade sobre a quantidade. Todos devem usar sunga preta obrigatória e um pouco maior. O resultado são físicos mais proporcionais, que lembram os grandes ícones da Golden Era, mas com o nível de desenvolvimento muscular dos dias atuais.

Como a Classic Physique está mudando o fisiculturismo

A categoria está influenciando todo o esporte. Muitos atletas que competiam no Open Bodybuilding migraram para a Classic Physique. O motivo é simples: é uma categoria mais “saudável” e sustentável a longo prazo.

O impacto na saúde dos atletas

Manter 120 kg de massa muscular exige um desgaste físico e mental enorme. Na Classic Physique, os atletas conseguem manter uma qualidade de vida melhor fora da temporada competitiva. Isso significa carreiras mais longas e atletas mais “saudáveis”, ainda que o fisiculturismo, assim como qualquer esporte de alto rendimento, não seja sinônimo de saúde.

A aproximação com o público geral

A Classic Physique também aproximou o fisiculturismo do público comum. Os físicos dos atletas, embora impressionantes, são mais “aspiracionais” para pessoas normais. Isso criou uma nova geração de fãs do esporte.

O futuro da Classic Physique no Brasil

O Brasil vem se destacando cada vez mais na modalidade. Ramon Dino é atualmente o melhor atleta brasileiro da categoria e uma das maiores esperanças de trazer o título do Mr. Olympia para o país. Mas ele não está sozinho.

Outros nomes brasileiros mostram grande potencial no cenário profissional. Matheus Menegate fez uma estreia impressionante ficando no Top 9 do Olympia 2024. Gabriel Zancanelli entrou para a história como o primeiro brasileiro a se classificar para a Classic Physique do Mr. Olympia.

Também temos atletas que migraram da Men’s Physique e já estão brilhando na Classic, como Caike Pro e Eric Wildberger. Esses nomes mostram que o Brasil tem um futuro promissor na categoria.

Por que a modalidade cresce tanto no Brasil?

Alguns fatores explicam esse crescimento. Primeiro, o brasileiro sempre teve apreço pela estética corporal. Segundo, nossa genética favorece o tipo de físico valorizado na Classic Physique: músculos de qualidade com boa proporção.

O futuro da Classic Physique no Mr. Olympia pós-Cbum

Com a aposentadoria de Chris Bumstead após dominar a categoria por seis anos consecutivos, uma nova era se inicia na Classic Physique do Mr. Olympia. A disputa promete ser acirrada entre vários candidatos de alto nível.

O principal favorito atualmente é o alemão Mike Sommerfeld, que ficou em segundo lugar no Olympia 2024 e conquistou o Arnold Classic em 2025, mostrando que está pronto para dar o próximo passo.

Terrence Ruffin, conhecido como “Ruff Diesel”, também é sempre perigoso. Em 2025, ele venceu tanto o Pittsburgh Pro quanto o New York Pro, demonstrando estar em excelente forma.

Ramon Dino nunca pode ser retirado da lista de favoritos para conquistar o título mundial. Outros nomes que prometem brigar pelo título incluem o alemão Urs Kalecinski e o espanhol Jose Manuel Muñoz, conhecido como “Josema Beast”.

A disputa está completamente aberta e promete ser uma das mais equilibradas da história da categoria.

Curiosidade para a mesa do bar: a regra da sunga preta obrigatória

Aqui vai uma curiosidade que vai impressionar seus amigos: você sabia que todos os atletas da Classic Physique devem obrigatoriamente usar sunga preta? Essa é uma regra rígida da IFBB que diferencia completamente a categoria do Open Bodybuilding, onde os atletas podem escolher qualquer cor.

A sunga preta não é apenas uma questão estética. Ela faz parte da filosofia da categoria de resgatar a elegância clássica do fisiculturismo. Junto com o tamanho um pouco maior, ela cria um visual mais harmonioso que lembra os grandes ícones da Golden Era como Arnold Schwarzenegger e Frank Zane. É um exemplo perfeito de como regras aparentemente simples podem definir toda a identidade visual de um esporte.

Conclusão: a Classic Physique como futuro do fisiculturismo

A Classic Physique representa muito mais que uma simples categoria do fisiculturismo. Ela simboliza um retorno às origens do esporte, quando a beleza e a proporção eram tão importantes quanto o tamanho. Com atletas como Chris Bumstead e Ramon Dino inspirando uma nova geração, essa modalidade veio para ficar e continuar crescendo.

Se você quer entender o fisiculturismo moderno, não pode ignorar a Classic Physique. Ela conseguiu algo raro no esporte: evoluir sem perder a essência. É a prova de que nem sempre “maior” significa “melhor”, e que a verdadeira arte está no equilíbrio perfeito entre força, estética e elegância.


Glossário rápido da Classic Physique e Fisiculturismo

Classic Physique: Categoria do fisiculturismo masculino criada para resgatar o visual dos atletas da “Golden Era” (anos 60 e 70), priorizando proporção, simetria e estética clássica. Os atletas devem respeitar limites de peso definidos por altura e usar sunga preta obrigatória

Open Bodybuilding: Categoria tradicional do fisiculturismo, sem limite de peso, onde o foco está no máximo volume muscular possível, mantendo definição e simetria

Simetria: Equilíbrio entre o lado direito e esquerdo do corpo, fundamental para avaliação dos atletas. Um físico simétrico apresenta músculos igualmente desenvolvidos em ambos os lados

Proporção: Relação harmônica entre diferentes partes do corpo, especialmente entre membros superiores e inferiores. Busca-se o equilíbrio visual entre ombros, cintura e pernas

Condicionamento: Nível de definição muscular, baixo percentual de gordura e aparência “seca” dos músculos. Indica o quanto o atleta está preparado para a competição

Sunga Preta: Traje obrigatório na Classic Physique, maior que o usado no Open Bodybuilding, reforçando a estética clássica e a elegância da apresentação

Golden Era: Período do fisiculturismo (décadas de 60 e 70) marcado por físicos proporcionais e estéticos, representados por atletas como Arnold Schwarzenegger e Frank Zane

Mr. Olympia
Principal competição mundial do fisiculturismo, onde são coroados os melhores atletas de cada categoria, incluindo a Classic Physique

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